Conversando com um amigo pelo msn, e vendo as respostas de uma das pessoas que dá pitacos aqui neste blog, percebi uma coisa, que é comum para a grande maioria. É tão difícil assim desvencilhar o coração da mente?
Por que é tão complicado encarar os dois como sendo “jogadores” de lados contrários? E ao mesmo tempo, parceiros de time!
Deixe-me explicar. Nosso coração é a voz da nossa alma. É por ali que ela se manifesta, é por ali que ela se expressa. Nossa mente joga no mesmo time quando passa a dar espaço para “sentirmos” mais o que nosso coração fala, e ao invés de contradizê-lo, buscando uma explicação lógica, busca sim caminhos para seguir o que o coração nos orientou.
E joga contra quando ao invés de possibilitar nosso caminho, aquele que o coração ditou, ela busca empecilhos, dá sempre um porém, talvez, contudo, todavia....
Nossa mente joga contra quando você tem uma idéia genial, ou se depara com uma determinada situação, e você sente aquela pontada no peito e aquele leve arrepio que percorre a espinha, porque sua alma reconheceu como grande idéia ou sabe o que fazer diante da situação, e frações (sim, frações) de segundos depois, nossa mente ao invés de apoiar e cair de cabeça na idéia ou seguir na dita situação, por mais absurda que seja, começa a teorizar, boicotar, mostra todos os lados negativos da coisa toda.
E ao invés de colocar a idéia em prática e ir fazer o que temos que fazer, paramos para raciocinar o sentimento. E nesse momento temos 2 opções que nos levarão ao mesmo destino: o fracasso. Sim, fracasso, porque 1) ou tomamos a decisão errada seguindo nossa mente ou, 2) tomamos a decisão certa, mas dias, semanas, meses depois do momento certo. E como tudo nesta vida gira, o momento passa e você pode até fazer tudo certo, no momento errado. Timming é tudo, e para ter esse timming, parar para pensar, esquematizar, roteirizar pode ser o fim de tudo.
O mais importante é tomar a decisão quando surge aquele arrepio, aquela pontada. Nesse momento temos que decidir, podemos pensar em como fazer depois, mas ter a decisão tomada no momento certo é ouvir nosso coração e fazer a mente trabalhar depois no mesmo time, a favor.
Nossa mente sofre diariamente influências terrenas. É na mente que existe a ganância, a necessidade de ter, a vontade de poder, a maldade. Nenhuma alma é ruim, a mente pode ser má, mas a alma não. O que acontece é que a pessoa fica tão acostumada a não ouvir seu coração, que se torna cada vez mais difícil sentir quando ele fala, já que sempre é tão sutil. E perdendo a voz, nossa alma vai ficando encolhida aqui dentro, esperando para que nossa passagem na terra termine e ela tenha mais uma chance. E nossa mente domina nossas atitudes.
E não é fácil ouvir o coração, e digo isso porque eu tento todos os dias prestar atenção ao que o meu diz. E mesmo assim, ainda me pego boicotando as coisas que eu sei que devo fazer. Este blog mesmo, por exemplo, quando a idéia foi apresentada, meu coração fez sinal, mas imediatamente minha mente entrou com o pessimismo (minha mente me derruba pelo pessimismo). Mas sabe o que eu já tenho a meu favor? Eu sei como minha mente me boicota. E passo a lidar com ela, passo a brigar com ela todos os dias, para não deixar que ela vença. E esse é o caminho para ouvir, para fazer nossa mente calar. Aprender como você mesmo se boicota é o primeiro passo para dar espaço à voz da sua alma, até o dia que ela tenha um megafone e sua cabeça só jogue a favor, possibilitando e criando meios para a alma seguir em frente. Ai sim, elas estarão conectadas.
terça-feira, 18 de março de 2008
Coração vs Mente - Parte 1
Postado por
Isabel Leon
às
09:46
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7 comentários:
Isabel,
Pontada, arrepio,... parece o Jason, sexta-feira treze, ...
Risos.
Brincadeira.
Minh’alma fala SIM com calorzinho, cores e aromas.
Também fala com frio e pontadas e estômago embrulhado, mas aí é para NÃO fazer.
A voz da alma varia de pessoa para pessoa, tem vocabulário, precisa dar espaço para sentir.
A minha é simples assim:
O que sinto bom é do Bem, o que dá um ruim, é do mal.
Duas coisas muito bem colocadas por você:
* O momento é único.
** O que corta o fio que une a mente e o coração é a ‘justificação’.
E com o fio cortado, a pessoa não confia mais nela mesma, e fica se explicando, se justificando pra si e para os outros. Éca.
Porém, como ser do Bem, positiva, eu discordo que exista mente ruim ou algo ruim na mente. A Natureza(=Divino) é perfeita, não nos legaria um algo ruim.
Como já expliquei no pitaco do “Rebanho”, o que tem é mente sem educação. (Tem também gente preguiçosa, que é um capítulo à parte.)
Não brigue com sua mente.
Sua mente não vai se calar, é da natureza(=índole) da mente pensar, ela foi feita pra isso!
É dessa maneira que as pessoas enlouquecem, contrariando a Natureza da experiência humana.
Procure atividades em que você possa parar de se identificar com seus pensamentos, que ‘tragam sua consciência para o centro do peito na altura do coração’ (o que está entre aspas é a forma com finalizo as aulas de Hatha Yoga.)
Segue um trecho do comentário de Pedro Kupfer sobre o segundo versinho dos Yoga Sutras na Prana Yoga Journal de março de 2008 ( segundo versinho ‘fala’justamente sobre o que é o nirvana=shamadi=yoga):
“Qualquer praticante sincero deverá admitir a realidade dos fatos: nós não paramos de pensar, por mais prolongada que seja a prática de meditação, e por mais que torçamos para que aconteça. Sempre, no silêncio da prática, escutamos a voz da mente fazendo questionamentos, a voz do ego movendo-se ao sabor dos seus próprios caprichos, a voz da inteligência fazendo suas asserções. Essas três vozes, mente, ego e inteligência (respectivamente ‘manas’, ‘ahamkara’ e ‘buddhi’), são aquela seqüência contínua de pensamentos que chamamos de consciência (‘chitta’).
Mesmo buscando a mente silenciosa na prática, o barulho interno permanece aí, sempre presente. Conheço pessoas que simplesmente não admitem esse fato; e acabam vivendo um enorme conflito interior, divididas entre o que estão vivenciando e o que querem nos fazer acreditar.
Apesar da presença desse ruído incessante na paisagem interna, que podemos fazer é parar de nos identificar com os pensamentos. Isso significa que a função mente-ego-razão não será mais vista como aquele monstro tricéfalo que devemos derrotar qual Davi enfrentando Golias, com um terço indiano na mão, no lugar da funda. Ao invés do temível inimigo, o complexo mente-ego-razão revela-se um aliado para o crescimento interior quando paramos de olhar para ele como um problema. Percebendo que a mente é perfeita como ela é, conflito desaparece.”
Um abraço,
MaFê
P.S.: bom lugar apra conhecer os Yoga Sutras:
http://www.swamij.com/yoga-sutras.htm
Hola Niños de mi eternidade
Sei que o blog é de vocês, mas gostaria de saber se tenho como encaminhar um texo à vocês.... assim que gostarem, podem publica-lo.
Que não seja só para meu agrado e sim pelo gosto de vocês.
Assim também poderiamos manter contato por e-mail.
Gracias Niños
Nossa vontade é essa.
Conversar com um Sr(a) anonimo nos deixa um pouco sem muita ação.
Também seu texto e suas idéias são muito bem vindas pela maioria de nós.
Comentava com a Isabel ontem sobre a nossa vontade mútua de ter um veículo de contato contigo.
Escreva-nos um e-mail que responderemos. Use o e-mail que dispomos aqui no blog.
Envie seu texto que analisaremos.
Até breve.
Fernanda,
Lendo tudo o que vc escreveu, me parece simplesmente a sua interpretação para tudo o que eu escrevi. E são as interpretações que fazem surgir as religiões. O desligar a mente do coração é justamente deixar o que vc chama de "mente sem educação" dominar, que para mim é deixar a mente se perder no que é mundano e atrapalha justamente nosso foco "da consciência no centro do peito na altura do coração", que nada mais é o ponto onde nossa alma fala.
Quando você diz que a mente não pode ser ruim porque é divina, concordo que não deveria ser assim, mas além da divindade que Deus compartilhou conosco, ele nos deu também o livre arbitrio, que nos deixa a mercê de nossas escolhas tão influenciáveis por tudo o que ocorre na aqui na terra. Se não fosse assim, não teriamos seres humanos matando, guerreando, torturando, abusando e humilhando outros seres humanos, já que compartilhariamos o divino como deveria ser.
Sim, a voz da alma varia de pessoa para pessoa, assim como sua busca, seu caminho para Deus e sua evolução. Você encaixou o seu caminho numa doutrina do corpo para libertar a mente (yoga), e é liberando a mente que ouvimos a alma. Esse é seu caminho.
E o calar a mente é não deixar nossa "mente sem educação", nossa mente que joga contra, ser o foco da nossa consciência, que deveria olhar para o coração...
O que sua voz da alma sentiu quando leu o meu texto? E sua mente?
Señor Anônimo:
Queremos muito é trocar figurinhas! O blog é um meio de saída das nossa crenças, mas nada impede que seja um meio de entrada de conhecimento. E um link que diminui distâncias...
Manda o e-mail ai!
Hasta siempre.
Isabel,
minha mente não vai separada da alma. Estão unidas ("yuj", a raiz do Yoga). Então, não pude sentir separado.
Sinto junto.
Eu sinto que compartilhamos 'fome-sede' de Vida semelhante e que repartimos o que está na nossa lancheira.
Entendo quando você se coloca, quando diz que é necessário calar a mente e quando relaciona algo do livre arbítrio, do pensamento como raiz do mal.
Olhamos a mesma 'coisa' de pontos de vista diversos. O importante é que ousamos ver, escrever e trocar.
Prefiro, por agora, relacionar a ignorância com a mente sem educação ou mal educada (que não percebe que o processo de auto-estudo é contínuo e sofre metamorfose; ou que adota conhecimento equivocado como sendo verdadeiro).
E como dizem os árabes, a ignorância é vizinha da maldade.
Um abraço,
Isabel,
um pente fino:
fiz uma reflexão(ponderação, observação sem julgo) sobre sua postagem.
E me coloquei com relação às minhas sensações/sentimentos.
Só interpreto no palco.
Um abraço,
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