sexta-feira, 27 de junho de 2008

Luxúria

Ahhhh, tema bom este não? Todo mundo gosta de sexo, mas tem gente que não admite!
Tem pessoas que sofrem horrores para controlar esse ardor interno, esse desejo, essa vontade de se render aos prazeres da carne, as sensações ardentes, ao proibido!
Opa, só um momento, proibido?


Para, para, para, vamos ver uma coisa.
Segundo o dicionário, Luxúria é o comportamento desregrado com relação aos prazeres do sexo, lascívia, concupiscência, e tem mais, o dicionário define Luxúria como “mesma coisa que” CIO.
Deixa ver se entendi.... mas CIO não é o termo usado para os animais na época onde a fêmea encontra-se fértil? E, até onde me consta a informação, apenas o ser humano (e os golfinhos) sentem prazer no ato sexual.
Então, por que usa-se como uma das definições o período de reprodução dos animais, relacionando diretamente com a entrega a um ato que trás prazer ao ser humano? Por que?
Para justamente associar o ato sexual a uma coisa suja, animalesca. Para ser livre de pecados, apenas com fim de reprodução, e mesmo assim, haja penitência depois. Mas ai sim nós estariamos nos igualando aos animais. Eles têm um período especifico para o ato sexual, nós não. Nós temos um sentimento chamado desejo.

E tornar um desejo natural do ser humano em algo proibido é impedir que ele consiga de alguma forma encontrar-se e entregar-se. Se fosse realmente proibido, sujo, Deus teria nos dado tanto prazer? Seria então uma provação?

Mas, como tudo ao excesso faz mal, controlar o apetite sexual é o mínimo que um ser racional deve fazer.
A Luxúria é geralmente associada ao desejo carnal, aos prazeres do sexo, mas por concupiscência, que é um sinonimo/definição, pode ser também um desejo ardente. Um desejo ardente de aceitação, um desejo ardente de carinho, um desejo ardente de atenção, um desejo ardente de camuflar a solidão. A projeção de tudo isso no sexo. Não somente o ato sexual em si, mas toda a conquista que envolve o antes, e as expectativas que vem depois. Sexo só por sexo e em excesso já é transtorno psiquiátrico.

A entrega a Luxúria, de forma consciente, sabendo o que esta sendo feito, e utilizando desculpas para o comportamento, como “estou solteiro, tenho mais que me divertir”, “solteiro sim, sozinho nunca”, para os homens, que precisam dar uma de garanhão, e para as mulheres que querem fazer o que os homens fazem, fazer porque deu vontade, porque não tenho que dar satisfação da vida, etc, etc, etc... é na realidade enganar-se.
Essa entrega a uma vida desregrada sexualmente, esconde mais do que o sentir prazer. Geralmente envolve uma pessoa emocionalmente fragilizada e solitária, que necessita de atenção, de carinho, de aceitação mas que inibe tudo isso mostrando poder na conquista sexual.
Esconde-se atrás do sexo. Usa pessoas para suprir necessidades. Usa o sexo para tapar os buracos. E engana-se com a sensação de felicidade momentanea que o ato sexual puro e simples trás. O sexo não vai tapar esse buraco, ter vários parceiros(as), não vai tapar esse buraco.
Ter uma pessoa que te dê carinho, atenção e respeito vai tapar o buraco. Aprender a viver consigo mesmo vai tapar o buraco.
O amor e a luxúria são opostos. O amor valoriza, a luxúria domina. Troca um pelo outro é trocar um sentimento sublime por uma sensação insignificante de satisfação momentânea.
O sentimento de ser querido, nem que por alguns momentos, que o sexo trás, é o que leva à Luxúria. Uma vez sentido que é possivel substituir a solidão por 2-3h de prazer e atenção de alguém, é o que faz querer mais, como uma droga. E o cultivo de um sentimento assim pode agravar a solidão, a insegurança, o vazio.

Pecado é manter uma vida assim, enganando-se da situação por orgulho de admitir que é carente, sozinho, que precisa de alguém. E ai, projeta-se esses sentimentos de carência para uma pessoa com a qual o único sinal dado, foi de que seria apenas sexo. E a frustação da perda dessa pessoa, ou da ilusão feita em cima dessa pessoa, pode tornar-se em raiva. E para controlar a raiva? Mais sexo, com outra pessoa.
Como disse Krishna: “é a luxúria, nascida dentre a paixão, que se transforma em ira quando insatisfeita. A luxúria é insaciável, e é um grande demônio
Seu demônio interno, alimentado por seus atos.

Sexo é bom, não é pecado algum. Em um relacionamento então, melhor ainda. Entregar-se a uma pessoa que se ama, que te ama e que te respeita é a melhor sensação do mundo e não há nada de errado, sujo ou pecaminoso nisso. Deus não vai castigar ninguém por entregar-se a esse prazer com este intuito. E mesmo sexo casual de vez em quando não mata ninguém.
Descobrir a diferença do uso do sexo como disfarce de um vazio, uma solidão com o prazer da entrega é o que vai abolir o demônio.

Um comentário:

Anônimo disse...

Olá,querido, vim agradecer-lhe a visita e me senti honrada com seu comentário...Em contrapartida, passei pelo seu espaço e adorei...amo imagens e tb copiarei a foto da luxúria (linda!) e farei um belo scrap pro meu gato... Apareça sempre e me dê este prazer!! Sinta-se em casa
Com carinho,
Adriana